Juros: Sigo sugerindo ativos pós fixados, pois acho que o “mundo” está errado sobre o “novo” patamar de inflação global. Veio para ficar!

Cambio: Matéria interessante essa semana, “Dinheiro grosso a caminho? Fundos soberanos têm US$ 10 trilhões e estão de olho no Brasil, da Isto É Dinheiro pode sinalizar algo. Fora os exageros da midia, o fato é que o Brasil é um país que demanda investimentos pesados, fica fora da zona de conflito, produz petróleo e alimentos. Então, em tese, faria sentido, mas a tendencia é que todas as moedas de países com essas caraterísticas venham a ser beneficiados, não apenas nós. Vale ressaltar, que o US Dollar vem se valorizando contra as moedas do G7 e se desvalorizando em relação a desse grupo de países exportadores. Podemos continuar ver sim uma melhora relativa do Real.

Bolsa: Num cenário de crescimento baixo com inflação alta e grande pressão sobre o cenário político interno, sigo recomendando ações de empresas exportadoras e redução de empresas cíclicas (crescimento interno), pois o momento de virada segue ainda longe.

Inflação aparentemente permanecerá por um longo tempo como o tema mais relevante para qualquer investimento.

Mas porque uma afirmação ter forte? Desde ano passado tive a oportunidade de falar diversas vezes que o DIAGNOSTICO estava errado e se é assim, sem dúvida o REMÉDIO será errado e não fará efeito.

O erro de diagnostico começou na avaliação de que a inflação era transitória, derivada apenas de uma desorganização das cadeias de suprimentos. Quando isso terminasse, ela voltaria ao normal. Na época fazia até algum sentido, mas na margem, as AÇÕES, que os Governos de EUA, Canadá e EU vieram a realizar foram equivocas e certamente pioraram muito a situação.

Primeiro de tudo, sem dúvida a adoção ideologia do MMT (Modern Monetary Theory), que traz a ideia básica de que, Governos podem se financiar indefinidamente via emissão monetária, ou seja, “vamos imprimir dinheiro para viabilizar o gasto público, ilimitado”. Então vimos em 2021 uma enxurrada de planos sobre como o Governo Americano deveria aumentar muito seus gastos.

Desde 30/05/22, a Casa Branca vem fazendo uma verdadeira “blitz” na midia local, pois o diagnostico é que as “conquistas” do Governo Biden não foram devidamente “comunicadas” aos americanos. Novamente um diagnóstico errado, visto através apenas da visão de um governo liberal onde, apenas o que imposta é o emprego. Lembro bem de uma entrevista que vi em meados de 2021 na CNN, onde o apresentador perguntava, a então Secretaria de Imprensa Jen Psaki sobre inflação, que respondia com o “menor desemprego em X anos”, que o importante eram as pessoas continuarem consumindo.

A relevância do que foi dito até agora é simples: Como o FED deverá trabalhar a política monetária, se o Governo acredita que o importante é, emprego, gasto público e transição energética?

Me desculpem, mas se o Executivo americano continuar a seguir na linha de: manter o emprego no menor patamar em décadas, taxas “lucros excessivos” de empresas de Óleo & Gás, paralisar a produção de petróleo nos EUA, retirar a China da cadeia global de suprimentos, manter a ideia que o importante é o MMT e que “um pouco de inflação” não é problema, pouco poderá fazer o FED a não ser realmente colocar os juros num patamar tão recessivo que “compense” essas loucuras do Executivo.

Acho que não posso classificar a Transição Climática como um diagnóstico errado, mas posso sim classificar como uma decisão de política pública. Mas a velocidade e a forma com ela estão sendo feita após a posse de Joe Biden, pode ser classificada sim, como erro de diagnostico. Por quê?

Na semana da “blitz” da informação (se não desinformação) oficial, a secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, aquela que na primeira entrevista não sabia quanto o país consumia de petróleo diariamente, deu uma entrevista primorosa ao grande veículo de midia CNN Business.

Na entrevista ela foi de um primor absoluto, dizendo que os preços de petróleo e energia em geral são culpa da redução da oferta global e que o Presidente Biden está conclamando os principais produtores globais a aumentarem sua produção. Se isso não é desinformação, sinceramente fica muito estranho.

Dito isso, vamos por partes:

Os EUA são os maiores produtores de petróleo bruto do mundo, não é a Arabia Saudita, ela é o maior exportador. Sendo assim, com tamanha crise de oferta, porque o país segue ainda produzindo 1 Mbpd (milhão de barris por dia) abaixo do primeiro trimestre de 2020? Será que é fruto da “decisão de política pública” sobre Transição Energética a qualquer preço? Sem dúvida alguma!

O Executivo a o Congresso Liberal vem sucessivamente criando problemas e dificuldades burocráticas para que a produção de petróleo e gás pelo setor privado americano. Imputando um risco regulatório e creditício que gera um ambiente de negócios onde será muito difícil a produção local crescer.

Sendo assim, só resta mesmo pedir ao Irã, Venezuela, Arabia Saudita, EAU e OPEP em geral que aumente sua produção, pois o problema é de oferta. Surreal, quando a solução está “dentro de casa”.

Seguindo com a brilhante entrevista de Jennifer Granholm, o mundo precisa se solidarizar, aumentando a produção de petróleo, porque está perdendo a oferta da Rússia!

O brilhantismo da retórica é inimaginável, pois quem optou pela redução da oferta Russa foram EUA e EU, voluntariamente. Vejam bem, não é uma questão apenas ética, as sanções têm efeitos na realidade das pessoas, como inflação, e foi escolhido pelos governantes voluntariamente.

Mas na realidade, fora das narrativas desenvolvidas pela “blitz” na midia, para comunicação das conquistas do presidente Biden, o “mundo” sabe que os EUA não aumentam sua produção interna de petróleo apenas porque não querem, sendo assim, qual deveria ser a resposta da OPEP? Apenas fazer o que Biden “mandou”?

Impressionante como esta administração tem a capacidade de coletar má vontade global.

Então, concluindo, criticar os países que colocaram a segurança alimentar acima das metas de transição, culpar a Rússia pela sua decisão de impor uma Transição a qualquer custo e finalmente seguir acreditando que a solução é o MMT, levará sem dúvida o FED é uma situação de xeque mate, sobrando apenas o recurso de uma alta enorme de juros.

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