Depois da conversa de duas horas entre Joe Biden e Xi Jinping no dia 18/03 e a visita do embaixador chines em Washington Qin Gang ao programa Face the Nation da CBS no domingo, dia 20/03, gostaria de mostrar alguns números interessantes.
Entre 2013 e 2019, pré-Covid, a China representava mais de 70% do Déficit Comercial americano, logo depois vinha a União Europeia com 30%.
Abaixo, estão os dados da participação percentual de cada país no saldo comercial dos EUA:
Em termos de participação percentual, o volume de Importações chinesas variou entre 15% e 18%, sendo que no período 2013 – 2019, os volumes foram enormes.
Mas até agora são apenas constatações e compilações de números, a comparação curiosa e interessante vem abaixo:
Apenas capturei os dados relativos à China do primeiro gráfico e comparei com o CPI ex-Food & Energy, o chamado Core CPI.
Poderia ter feito a mesma coisa com o Core PCE, o deflator do PIB EUA, mas seria indiferente, pois a trajetória é a mesma.
Voltando na tabela de Importações Chinesas sobre o Total das Importações, vemos que a participação percentual caiu de um patamar de 17% para 15%, pós 2019, ao mesmo tempo que a inflação dispara. Ou seja, existe sim uma relação entre o volume das importações chinesas e a inflação nos EUA.
Então, problemas em cadeias de suprimentos globais e lockdown na China tem uma relevância muito maior do que parece.
Imaginem agora, se os EUA e a EU resolverem sancionar os produtos e serviços importados da China?
Quando me refiro ao Conflito da Ucrânia como uma irresponsabilidade Global, não apenas da Rússia, me baseio nesse tipo de análise dos dados.
Veremos PIBs caindo, perda de poder de comprar generalizada, países pobres cada vez mais pobres e por aí vai, e por quê?
Porque o IEA, o Fórum de Davos, os EUA e a EU querem nos impor a transição a “qualquer preço”? ou Por que a OTAN achou demais que a Ucrânia retirasse de sua Constituição que ela seria membro da organização?
Os custos só aumentarão ao longo de 2022 e veremos reflexos nas eleições que virão e em janeiro de 2023, olharemos para traz e ficará claro que o “qualquer preço” nos levou a retrocesso e não a evolução.