Juros: É fato que o mercado está realmente se posicionado para um pico de inflação e juros nominais. Especialmente após o Copom de 03/08/22, mas ainda existem risco a serem considerados, pois apesar que melhora efetiva dos preços administrados como, energia elétrica e derivados de petróleo, vale ressaltar que outros itens e grupos seguem em alta. Até o IPCA de junho, nenhum núcleo acompanhado pelo Bacen tinha mostrado reversão. Em 09/08/22 será divulgado o IPCA de julho e assim ficará mais clara a tendencia fora preços administrados. Sendo assim, seguimos ainda recomendando títulos pós-fixados.

Cambio: O Real vem reduzindo a volatilidade mensal e sua tendencia se dará pela provável queda de inflação. Ainda não vemos um cenário de tendencia clara de apreciação no médio prazo.

Bolsa: Nosso “call” sempre foi a escolha que os países do G7 fizeram pela inflação, ou seja, controlar a inflação, face aos enormes gastos fiscais parece uma preocupação secundária. Sendo assim, seguimos recomendando as commodities, mesmo com a desaceleração chinesa se consolidando.

Eventos importantes em julho e início de agosto:

FED: acabou confirmando a alta de 0,75%, com grande especulação de até 1% no período imediatamente anterior. Desde então o mercado americano de juros vem oscilando as expectativas para as reuniões de setembro e novembro para “baixo”, devido a percepção recessiva, até 05/08/22, quando o Payroll de julho foi divulgado com surpresa significativa para cima.

COPOM: Dia 03/08/22 o Copom surpreendeu, não pelo aumento, mas pelo discurso posterior indicando um “talvez” mais 0,25% na próxima reunião, mas dando a entender que isso marcaria o fim do ciclo de alta de juros.

A inflação ainda seguirá como tema principal no G7 e consequentemente no mercado emergente. pois esses 7 países juntos ainda representam 45% do PIB Global.

O mercado financeiro e o setor real da economia têm todas as razões para acreditar que a inflação global tenha atingido um “pico” e, devido a desaceleração econômica global, ela deva começar a recuar, mas teremos de esperar mais um pouco para conferir, pois do ponto de vista fiscal, nas economias do G7, só estamos vendo mais gastos fiscais e subsídio como instrumento de combate a inflação.

Os gráficos abaixo utilizam dados divulgados pela Anbima na Estrutura à Termo de Taxas de Juros (ETTJ) para precificação de ativos em geral:

Abaixo a curva em 29/07/22, pré Copom:

Abaixo a curva em 04/08/22, primeiro dia de mercado pós Copom:

Como já dissemos anteriormente, o Bacen, até certo ponto, surpreendeu no seu discurso indicando um possível fim de ciclo de alta e assim, a correção em D+1 foi forte.

Em relação ao que estava no preço, pela última divulgação do Focus, exatamente em 29/07/22, o mercado já esperava uma alta de 0,25% em setembro de 2022, com início da queda já no 1º trimestre de 2023.

Em tese, não existiria razão para a reação do mercado pós-Copom, mas sempre tem um “desvio padrão” de risco adicional nas curvas de juros mais longas e foi essa medida de risco que se reduziu. Sempre que o horizonte fica mais previsível o risco se reduz.

Em termos de inflação, em 29/07/22 o Focus trouxe uma projeção de 5,37% para 2023, declinante, e uma expectativa de deflação para o IPCA que será divulgado em 09/08/22 de -0,65%.

As taxas das NTN-Bs oscilaram significativamente em julho, mas fecharam o mês caindo e após o Copom caíram bem. Em termos de rendimento efetivo, ou seja, variação de preço de mercado, a tabela abaixo dá uma boa noção do que aconteceu:

Na primeira semana de agosto os números acima melhoraram significativamente.

Sobre credito privado gostaria de fazer apenas um comentário. Enquanto as taxas das NTN-B subiam, os spreads de risco de credito privado, sobre CDI, permaneceram ou até caíram. Os fundos de credito privado vem sendo afetados por um inflow não desprezível de recursos na expectativa de ganhos adicionais quando o ciclo de aperto monetário se encerrar. Faz sentido, mas por outro lado, em tese, novos créditos que estiverem entrando nessas carteiras tendem a ser um “credito de pior qualidade”, dado o nivel do juro nominal atual, ou Selic.

A tabela acima tem o objetivo simples de mostrar, ou tentar mostrar, que a alta das taxas de risco do Governo, para 2028 desde abril de 2022, foi maior que do risco Privado. Sem dúvida isso foi reflexo de uma saída de recursos do financiamento, ou pedido de maior prêmio, para financiar o Governo do que o setor Privado.

O Brazilian Real (BRL) se valorizou 0,95% em julho pelo conceito fim de período e pelo conceito de média mensal desvalorizou 6,32%.

No ano de 2022, o BRL se valorizou 5,01%, mas o cambio real efetivo, aquela que leva em consideração o diferencial de inflação do Brasil contra a cesta de moedas das nossas exportações, se valorizou até junho 15,2%. Isso significa que, levando em consideração o diferencial de inflação, o BRL se valorizou 3x mais que as moedas para onde exportamos e mesmo assim ainda conseguimos manter um saldo comercial acima do mesmo período de 2021.

Em resumo, a economia brasileira apresenta ganhos de produtividade.

Em julho a alta do Ibovespa foi concentrada em Petrobras e setores ligados a economia local, novamente refletindo a expectativa de pico inflacionário e fim do aperto monetário.

A expectativa do lucro da Petrobras fez com que a ação subisse em média 22% no em julho. Como o peso combinado de PETR3 e PETR4 supera 12% do índice, apenas as duas contribuíram com pelo menos 2,70% da alta mensal de 4,69%

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