Há beira de uma restrição global de alimentos, não digo nem preços mais altos, a “caça às bruxas” começa na midia ocidental. Mas a verdade é que a culpa é da arrogância e incompetência dos governos da América do Norte e Europa, nada, mais do que isso.

Como os principais veículos de midia “tem memoria curta”, vamos usar aqui seus próprios artigos de 2021.

O primero artigo é da Reuters chamado: “China says it must consider food and energy security when curbing emissions”. Em 24/10/2021, uma semana antes da abertura da COP 26, a China anunciou ao mundo que, segurança alimentar e energética não poderiam estar atras de metas climáticas:

“China should “manage the relationship between pollution reduction and carbon reduction and energy security, industrial supply chain security, food security and normal life of the people,” said a cabinet document published by official media Xinhua.

It also called for an effective response to the economic risks of green and low-carbon transition, to “prevent overreaction, and ensure safe carbon reduction”.”

Em 29/07/2021, a mesma Reuters trouxe o seguinte artigo: “China’s major fertiliser makers to suspend exports amid tight supplies”. Ou seja, três meses antes do anúncio do banimento oficial, os sinais sobre segurança alimentas já estavam sendo dados.

Em 19/10/2021, a Bloomberg trouxe o seguinte artigo: “China’s Curbs on Fertilizer Exports to Worsen Global Price Shock”, onde relatava que o governo chines pedia inspeções adicionais sobre as exportações de elitizantes e as preocupações sobre os efeitos do preço da energia sobre a produção de fertilizantes.

No relatório Estoques de Petróleo EUA – EIA – Nº 42, falamos bastante sobre fertilizantes e como 50% da produção global de alimentos existe devido aos fertilizantes ligados a combustíveis fósseis.

Para fechar essa sessão de noticias do passado, segue a última: “Fertilizer Exports from China Face Curbs, as Crop Acreage Levels Garners Attention”. Esse artigo é do Farm Policy News americano, direcionado a indústria local divulgada em 05/10/2021.

Independente do conflito Rússia – Ucrânia, a redução de produção global de alimentos a partir de 2022, já estava contratada em meados de 2021. Ou seja, sem dúvida o conflito acelerou, mas de modo algum a Rússia foi a única responsável por isso.

A questão mais relevante é exatamente a oposta. Por que, diante desse problema iminente, os governos da américa e Europa não levaram isso em consideração quando avaliaram as consequências do conflito?

Em termos de política externa, a COP 26 deixou claro ao mundo que, para esse grupo de países – América do Norte e Europa – a Transição Energética era a prioridade acima da segurança alimentar e energética. Em seguida o Fórum Econômico Mundial (WEF) reforçou essa ideia com o comunicado sobre a Transição Desordenada.

Ou seja, entre 12/11/2021, encerramento da COP 26, e 11/01/2022, quando o WEF divulgou “Global Risks 2022: The ‘disorderly’ net-zero transition is here and it’s time to embrace it”, a mensagem dos líderes da OTAN (coincidência?) foi clara: nossa prioridade não é a segurança alimentar, nem energética.

Dito isso, acho um cinismo esse mesmo grupo de países criticar outros, como a Índia, que percebem que a segurança alimentar é prioritária. Quem construiu essa situação foram eles, não avaliaram de forma correta as consequências do conflito na Europa para o resto do mundo. Dizer que esse problema alimentar não era esperado ou que a culpa é da Rússia é de uma hipocrisia sem limites.

A inflação em países como EUA, Canadá e EU (comunidade europeia) é sim consequência de suas escolhas relacionadas a transição energética. Poderia ter sido evitada? Talvez não. Poderia ter sido atenuada? Provavelmente sim.

Os reflexos negativos estão chegando e levando esses governos ao desespero político, o que piorará tudo e provavelmente nos levará a retrocessos ainda maiores, pois muitas das medidas tomadas em 2021 e 2022, em relação a transição energética correm o risco de serem revertidas ou deixadas no “limbo”. Esse poderá o legado da Transição Desordenada, retrocesso.

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