Alta expressiva nos Estoques Totais, porém menor, 5,5 Mbpd, com alta significativa de Estoques Comerciais de 9,4 Mb. As Reservas Estratégicas (SPR) seguem o ritmo de queda esperado de aproximadamente 4 Mb (3,9 Mb) por semana. Em breve esse volumedeve aumentarpara 7 Mb por semana, ou o esperado 1 Mb por dia.

Algumas possíveis razões para essa alta inesperada:

1) Se o Governo completar todas as vendas programadas, espero que não, as SPR cairão 45% em relação aos 620 Mb de outubro de 2021. Acho isso uma insanidade.

2) O setor privado sabe desse decréscimo brutal de SPR e tem de fazer a escolha, ficar fragilizado junto com o Governo, ou não. SPR altas são sempre mais confortáveis para o setor privado, é carrego de estoque a custo zero.

3) Rigidez de preço = abaixo de $ 100. Só faz sentido aumento de estoque, quando excepcionalmente baixos, se a percepção de queda acabou.

Ontem, dia 12/04, tivemos a divulgação do CPI (Consumer Price Index) dos EUA, dentro de sua alta esperada, novo pico em 40 anos. A percepção ao mercado de este foi o pico e daqui para frente a inflação deve ceder. Com isso vimos uma forte queda nas taxas curtas da curva de juros americano.

Desde a semana anterior, especialmente desde sexta-feira 08/04, o mercado estava muito tenso, após a divulgação do FAO Food Price Index de março de 2022. Ele apresentou uma impressionante alta de 12,69% para o mês, puxado por cereais e óleos vegetais.

Sem dúvida o mercado ficou preocupado que o CPI de ontem, viesse muto acima do esperado, o que não ocorreu. Além dos estoques de petróleo, tivemos hoje a divulgação do PPI (Producer Price Index) nos EUA, que veio acima das expectativas. A questão é se isso se refletirá no CPI em abril de 2022.

Também na semana passada, o The Washington Post divulgou um artigo de opinião do economista Larry Summers, em que ele segue em sua crítica feroz a atuação do FED. Desde meados de 2021, Summers vem criticando a postura leniente do FED e claro, a besteira de “inflação transitória”. Vale a leitura, pois não são muitos ainda no mercado, como eu, que enfrentaram a dinâmica inflacionária pós Choque do Petróleo de 1974.

Mas o artigo da semana passada que mais me chamou a atenção, foi uma entrevista do WSJ com Agustín Carstens, gerente geral do BIS (Bank for International Settlements).

A abordagem sobre o mesmo tema de Summers é diferente. Ele chama a atenção para os modelos utilizados pelos BCs na condução de suas políticas monetárias, questionando se eles não estariam partindo de premissas e observações, desde a última crise em 2008, que hoje estariam obsoletas, pois hoje a dinâmica inflacionaria parece ter mudado.

Sou um profissional do mercado que entre 1984 e 2009, se dedicou exclusivamente aos mercados de juros e câmbio. Tive a oportunidade de presenciar todos os planos econômicos brasileiros e todas as crises cambiais internacionais da década de 1990.

Com base nesta experiencia, desde ao passado, vinha chamando a atenção para o custo que nos seria imposto dessa ideia de “inflação transitória”. Que mandato duplo de BCs é uma sensível queda na Governança, pois são fundamentalmente objetivos conflitantes. Como “resfriar” uma economia sem gerar desemprego? Agora tais perguntas estão sendo feitas por renomados economistas.

Então o que cabe aqui, não eu dizer que estava certo, mas sim oferecer uma análise de como sairemos dessa situação.

Então, como navegar num sistema que não deseja incentivar o desemprego, mas ao mesmo tempo deseja controlar a inflação? Nas entre linhas, vocês terão a oportunidade de perceber que é a colocação central de Agustín Carstens, daí essa matéria ter chamado muito a minha atenção.

Como acho que os BCs irão proceder? Com estamos vendo o Bacen a meses, ficando deliberadamente “behind the curve” e esperando que a própria inflação reduza o poder de compra e traga a inflação para baixo.

Os estoques Comerciais subiram impressionantes 9,4 Mb, com as SPR caindo 3,9 Mb mantendo o ritmo das vendas para 0,55 Mbpd, provavelmente consequência do banimento das importações russas.

Resultando numa alta significativa de estoques Totais de 5,5 Mb. Na realidade segue o movimento de rotação de Estoques Estratégicos para Comerciais, já que Estoques Totais atingiram novamente a mínima desde 2010. Vale ressaltar as quedas nos estoques de Gasolina e Diesel, com mais ênfase no fato dos estoques de Diesel que voltam a encostar perigosamente na mínima.

A produção de Petróleo Cru estagnou novamente na semana passada. É sem dúvida um bom sinal depois de permanecer estagnada por meses entre 10,5 e 10,6 Mbpd. Apenas vale ressaltar que ainda tem chão até os 13 Mbpd do início de 2020.

Estabilização da produção de derivados bem perto da média dos últimos 5 anos de 20,1 Mbpd.

close

Olá 👋
É um prazer tê-lo conosco.

Registre-se e saiba das duras verdades antes de qualquer outro.

Não enviamos spam! Leia a nossa política de privacidade para mais informações.

Comentários

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *